Os ciclos econômicos que ocorreram em nossa história (do ouro, do açúcar, do café, do cacau, da borracha e outros), em suas causas, fastígio e decadência, podem ser reconhecidos nos eventos centrais ou na periferia das tramas e imagens da nossa literatura. Há que se reconhecer nossa dívida para com escritores como José Lins do Rego e Jorge Amado, por exemplo, que tramaram belas narrativas imbricadas nos antigos engenhos de açúcar ou nos cacaueiros baianos. O valor artístico da linguagem literária não está, obviamente, em documentar fenômenos econômicos ou eventos históricos de qualquer natureza, mas na capacidade de potenciá-los inventivamente por meio de uma perspectiva autoral. Realização estética e realidade transfigurada encontram-se no caminho e instigam o leitor a avaliá-las nessa precisa convergência.
(Bernardim Quintanilha, inédito)
A exploração da seringueira, para a fabricação da borracha, na região amazônica brasileira teve seu período mais produtivo no final do século XIX e início do século XX. O sucesso econômico que essa atividade obteve nessas décadas deveu-se