Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2020
Fase Única
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As cidades comerciais europeias eram o lugar da riqueza acumulada na primeira fase do capitalismo. Já se constituíam espaços de concentração de capitais disponíveis acumulados com o mercantilismo, eram o espaço do poder econômico e político (lugar de moradia dos capitalistas e sede dos Estados modernos), e nelas também se concentrava uma grande reserva de força de trabalho. Além disto, o capitalismo comercial ajudou a criar nas cidades uma infraestrutura muito importante para o desenvolvimento industrial. Houve um grande avanço técnico e científico, formou-se uma rede bancária e um mercado urbano, pois na medida em que, afastados de suas condições de produção no campo e impedidos de continuar a realizar sua produção artesanal, os trabalhadores tornaram-se consumidores dos elementos necessários à sua sobrevivência.

As cidades comerciais já eram, de fato, o “bom” lugar para o desenvolvimento industrial. E assim se deu. Lefèbvre afirma que, rapidamente, as indústrias aproximaram-se destas cidades, transformaram o seu caráter, adaptando-se às novas necessidades. Este movimento de absorção foi se dando à medida que estas cidades encontravam-se em territórios/países que estavam se industrializando, o que é possível ser observado até os nossos dias. De fato, a indústria apropriou-se até mesmo dos símbolos urbanos pré-industriais, como Atenas e Veneza, criando espaços dicotômicos: a Atenas antiga em acrópole e a Atenas moderna − industrial − junto ao porto; a Veneza, símbolo do renascimento urbano mercantil e a Veneza continental − área de concentração de suas indústrias atualmente.

(SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988. p. 51) 

Na Europa, o capitalismo comercial ajudou a criar nas cidades uma infraestrutura muito importante para o desenvolvimento industrial a partir da segunda metade do século XX. No Brasil pode-se observar esta mesma associação com a formação de inúmeras metrópoles que
A
surgiram a partir de processos acelerados extremamente concentradores de população e renda, fatos que promoveram fortes desequilíbrios, tanto no espaço regional como nacional.
B
propiciaram a realocação de recursos humanos e econômicos, fato que gerou um expressivo crescimento econômico que culminou com a elevação do Brasil à categoria de emergente.
C
passaram a comandar uma nova redistribuição demográfica, interrompendo um processo de interiorização da população e expansão e crescimento das pequenas e médias cidades.
D
tornaram-se polos de irradiação de novas tecnologias, sobretudo importadas, que ampliaram as diferenças socioeconômicas e culturais entre as áreas urbanas e rurais em todo o país.
E
transformaram a dinâmica demográfica das regiões Sudeste e Nordeste, que apresentaram forte crescimento porque passaram a atrair mão de obra qualificada das demais regiões brasileiras.