De fato, basta perguntar “Por que eu deveria fazer isso?” ou “Que bem isso me fará?” para perceber o absurdo de uma exigência de amar o próximo “como a ti mesmo” – qualquer próximo, simplesmente porque ele ou ela estão à vista e ao alcance. Se eu amar alguém, ele ou ela devem merecê-lo de algum modo. E ele o merecerá se for como eu de tantas importantes maneiras que eu possa amar a mim mesmo nele; ela o merecerá ainda mais se for tão mais perfeita que eu que eu possa amar nela o ideal de mim mesmo. “Mas se ele é um estranho para mim e não pode me atrair por nada que valha a pena nele próprio, ou por qualquer importância que já possa ter adquirido para minha vida emocional, será difícil amá-lo.”
BAUMAN, Zygmunt. A ética é possível num mundo de consumidores? São Paulo: Zahar, 2017.
Segundo o texto, o preceito bíblico de “amar ao próximo como a ti mesmo”, encontrada na Bíblia Sagrada, em Mateus 22, deve ser entendido como