O conde dos Arcos, último vice-rei do Brasil, achava que o apelo dos senhores à repressão era uma confissão de culpa: eles eram conscientes dos maus-tratos que infligiam aos escravos e temiam retaliações. O conde dos Arcos e D. Domingos [senhor de engenho] achavam que a escravidão em si provocava revolta. Por isso, o melhor remédio contra a rebeldia coletiva era deixar que os campos da Graça e do Barbalho fossem pontos de reunião, batuques, danças e festas. Acreditavam que as celebrações e divertimentos africanos na verdade representavam o sossego das senzalas. Ambos permitiam que seus escravos liberassem a energia que podia explodir na forma de rebeliões. Além disso, livre da pressão, cada nação africana se fecharia em torno dos seus próprios deuses e costumes, evitando alianças.
(Mary Del Priore. Condessa de Barral: a paixão do imperador, 2008. Adaptado.)
O texto retrata relações sociais e de trabalho existentes em alguns engenhos coloniais. Com base no texto, conclui-se que essas relações eram