No conto O espelho, de Machado de Assis, Jacobina, ao se ver privado do olhar do outro e, portanto, de sua alma exterior, não consegue se reconhecer diante do espelho:
Olhei e recuei. O próprio vidro parecia conjurado com o resto do universo; não me estampou a figura nítida e inteira, mas vaga, esfumada, difusa, sombra de sombra. A realidade das leis físicas não permite negar que o espelho reproduziu-me textualmente, com os mesmos contornos e feições; assim devia ter sido. Mas tal não foi a minha sensação.
Jacobina sabe, olhando para o passado, que sua imagem estava refletida tal como ele se encontrava, ainda que naquele momento não o tivesse compreendido. De acordo com o modelo corpuscular da luz, a reflexão pode ser mais bem explicada por: