Sobre o conto “O espelho”, de Machado de Assis, o teórico Alfredo Bosi diz:
As certezas do narrador lhe vieram sob a forma de uma experiência pessoal única, que ele declara categoricamente não submeter a réplicas, como se tivesse ocorrido apenas com um determinado indivíduo – ele próprio. Como pôr em discussão uma experiência que não fora partilhada pelos companheiros daquela noite de conversa? Discutir, é sua convicção, seria açular os instintos agressivos que jazem em cada criatura, herança de sua ancestral animalidade... Se o Conselheiro Aires manifestaria em seu diário tédio à controvérsia, Jacobina, menos diplomático, recusa ceticamente todo e qualquer debate em torno da sua tese. Em compensação, contará a sua história. A narrativa suprirá o discurso, pois "a melhor definição de amor não vale um beijo de moça namorada".
(O duplo espelho em um conto de Machado de Assis, Alfredo Bosi. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142014000100020> Acesso em 11 out. 2020)
O aspecto ressaltado por Bosi nesse trecho indica uma característica da personagem central no conto, transparecendo ser alguém de comportamento