“O coronelismo é um fenômeno que só pode ser entendido a partir da marca histórica do antigo e exorbitante poder privado; da superposição de formas de sistema representativo a uma estrutura econômica e social, basicamente rural, que permite o controle de uma vasta população em posição de dependência direta do latifúndio; e de um sistema de compromissos, uma troca de proveitos [...]. O poder do coronel se impõe, na maioria das vezes, por meio de confronto com poderosos rivais. Vencida a luta, ele assume a chefia da política municipal, o que, no entanto, a maior parte das vezes, não é inconteste. O mais comum é a existência, quase permanente, de um clima de tensão representada por outro potentado local à espera de uma oportunidade para desalojá-lo da liderança municipal. Ocupada a liderança no seu município, o coronel, de quem todos dependem, tem sua base de poder local estruturada a partir de alianças com [...] as ‘personalidades’ locais – médicos, advogados, padres, funcionários públicos, formada por capangas e cabras. Em caso de necessidade, ele não hesita em organizar milícias privadas temporárias, mobilizadas em situações de confronto armado com coronéis rivais e mesmo contra governantes de seus estados”.
(RESENDE, Maria Efigênia Lage de. “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico” In FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. Brasil Republicano – O tempo do liberalismo oligárquico. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, volume I, 2018, p. 96- 97).
Sobre as rupturas e permanências que marcaram a dinâmica política da chamada Primeira República brasileira (1889-1930), é CORRETO afirmar que: