A corrupção na hierarquia católica medieval era notória. O papa João XII tinha casos amorosos abertamente, deu tesouros da Igreja a uma amante, castrou um oponente, cegou outro, e vestiu armadura para dirigir um exército. Benedito IX vendeu o papado a um sucessor por 1.500 libras de ouro. Urbano VI torturava e matava seus cardeais [...] Benedito V desonrou uma menina e fugiu com o tesouro do Vaticano [...] Um papa João XXIII anterior (não o reformador dos anos cinquenta) foi destronado por um concílio em 1414 – e Edward Gibbon registra secamente em O declínio e a queda do Império Romano: “As acusações mais graves foram suprimidas; o Vigário de Cristo foi acusado apenas de pirataria, assassinato, estupro, sodomia e incesto”. Alexandre VI comprou o papado, subornando cardeais para elegê-lo – e depois presidiu orgias sexuais assistidas por seus filhos ilegítimos Cesare e Lucrécia Borgia.
HAUGHT, James A. Perseguições religiosas: uma história do fanatismo e dos crimes religiosos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003, p. 81-83. Adaptado.
Fruto desse contexto, ao final da Idade Média, a Reforma protestante buscou purificar e regenerar a fé cristã. Para tanto, ela