Se deixassem Getúlio em paz, o velho gagá ia morrer escrachado, sendo penteado em público pelo Anjo Negro (apelido de Gregório Furtunato, chefe da guarda pessoal de Vargas e envolvido no crime da rua Toneleiros), afogado no mar de lama.
Mas os milicos apertaram ele na parede, sem dar a ele uma chance de livrar a cara. Fizeram o jogo de Lacerda, que é um maníaco que não sabe onde parar. O povo já tinha tirado novamente o retrato do velho da parede, agora vai começar tudo de novo, o velho virou santo, como todo político que morre no governo.
FONSECA, Rubem. Agosto. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 331.
Neste trecho do romance Agosto, o escritor Rubem Fonseca cita vários elementos que ficaram conhecidos como parte do imaginário histórico do final da Era Vargas. Com relação ao trecho “o povo já tinha tirado novamente o retrato do velho da parede”, o autor se refere