Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2016
Fase Única
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A. O desejo de criar uma Fotobiografia de Clarice Lispector, como a que aqui se propõe, é projeto antigo. Uma primeira organização de imagens que reuni paralelamente à leitura de seus textos, enquanto preparava cursos para estudantes universitários (eram imagens xerografadas, coletadas a partir de reproduções encontradas em jornais e revistas, e, depois, em arquivos de tais periódicos) e enquanto conhecia o acervo fotográfico de Clarice, ganhou registro no livro Clarice, uma Vida que se Conta. A mostra visual constitui o caderno de imagens que integra o livro, elaborado como tese de livre-docência defendida na Universidade de São Paulo em 1993 e publicado em 1995.  
Nele, procurava registrar momentos mais significativos da vida e da produção literária e jornalística de Clarice, no sentido de construir uma “biografia da escritora”, mediante leitura de textos da própria autora e de outros a seu respeito, que resultou num produto alerta à construção de uma imagem de Clarice, no seu sentido mais amplo. 

 Por isso mantenho neste livro, que ora se publica, com matéria ampliada, o mesmo critério de organização dos capítulos adotados no livro anterior, com distribuição da matéria em sequência cronológica e em função dos espaços habitados ou percorridos pela escritora. 

(Adaptado de: GOTLIB, Nádia Battella. Clarice Fotobiografia. 3.ed.atual., São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 2014, p. II)







Observação cuidadosa dos textos transcritos mostra que, sobre a obra introduzida em A, é correto 
A
dizer que deve apresentar grande número de imagens fotográficas com a finalidade de ilustrarem o texto verbal, este constituindo a parte essencial das memórias de Clarice Lispector.
B
esperar que acolha, além de trechos da obra de Clarice Lispector, artigos críticos sobre sua escrita, pois somente estes textos, em sua especificidade, podem ser entendidos como “textos de outros a respeito da escritora”.
C
defini-la como uma montagem cuidadosa do acervo fotográfico organizado por Clarice, conjunto este que revela, portanto, a imagem que a autora tem de si mesma, como uma autobiografia feita por imagens.
D
entendê-la como resultado de uma seleção e articulação de partes heterogêneas já existentes que configuram um retrato de Clarice, sob o foco do biógrafo, mas aberto à percepção de vestígios de emoções pelo olhar do leitor sobre as imagens.
E
afirmar que condensa os momentos mais significativos da vida e da produção literária e jornalística da escritora, em narrativa que assegura o correto entendimento da vida de Clarice, por ser realizada prioritariamente por fotografias, que impedem a transfiguração do real.