No documentário Falas da Terra, programa exibido na Rede Globo em 19/04/2021 em ocasião do Dia do Índio, há vários relatórios chocantes sobre a condição atual dos povos indígenas. Acompanhe um dos depoimentos transcrito abaixo:
"Eu tinha só 7 anos de idade quando eu presenciei a primeira morte na luta pela terra do meu povo Guarani-Kaiowá. Em 2001, quando eu já estava com 18 anos, fomos arrancados de lá por meio de uma liminar judicial, debaixo de muita bala. Todas as mulheres, as crianças, nós somos colocados numa casa grande de sapé, uma casa sagrada, e tentaram atear fogo. Meu pai, o Cacique Marcos Verón, ele se ajoelhou para os pistoleiros e falou para os policiais e falaram: 'não façam isso, a gente se rende'. Então, fomos jogados para a beira da estrada. Na beira da estrada, passamos 2 anos e quando voltamos da nossa terra indígena Taquara encontramos as nossas coisas sagradas, que era a casa sagrada, queimada, tudo devastado, um desmatamento total (...). Em 13 de janeiro de 2003, fomos cercados por pistoleiros. Eu e toda minha família, minha comunidade, assistimos o assassinato de meu pai, o Cacique Marcos Veron, em um dos massacres mais 'cruel' que meu povo já viveu. E hoje eu venho denunciar, e hoje eu venho falar que já passam de 300 mortes Guarani-Kaiowá. (...) Que os nossos netos, nossos bisnetos, um dia possam cantar o canto de alegria. A gente não quer mais cantar o canto da morte"
Hoje, Valdenice Verón, do povo Guarani-Kaiowá, é líder e mestre de sustentabilidade no Mato Grosso do Sul. Portando a lança e o cocar que eram de seu pai, ela continua a luta pela justiça e dignidade de seu povo.
Fonte: GloboPlay. Disponível em: https://tinyurl.com/8vh55y3v. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).
a) Na Carta de Achamento, já estava previsto o projeto de extermínio? Comente.
b) Como era marcada a relação dos portugueses colonizadores com a terra? Exemplifique com uma passagem da carta.