Questão
Fundação Getúlio Vargas - FGV
2020
1ª Fase
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Nos dois primeiros episódios da série Chernobyl, da HBO, cientistas exasperados tentam convencer os superiores na usina e no governo soviético de que um dos reatores nucleares explodiu e está jorrando radioatividade sobre a Europa

A resposta dos superiores, exemplar da estupidez surrealista de uma burocracia totalitária, é sempre a mesma: impossível, um “reator RBMK não explode”. A posição oficial é que havia somente um pequeno incêndio no telhado.

“Eu fui lá, eu vi!”, repetem os cientistas, um após o outro, antes de vomitarem, verterem sangue pelos poros ou caírem duros. Apenas quando a radioatividade é detectada na Suécia, Mikhail Gorbatchov encara seus ministros com uma expressão de “camarada, deu ruim...” — naquela altura, a radioatividade liberada já era superior à de vinte bombas de Hiroshima.

Só mesmo no totalitarismo soviético, pensei, assistindo à série. Então fui ler na revista Piauí o trecho do livro A Terra inabitável: uma história do futuro, do jornalista David Wallace- -Wells, que sairá pela Companhia das Letras no mês que vem. Impossível terminar as 11 páginas sobre o aquecimento global sem ficar apavorado feito um cientista em Chernobyl. 

(Antonio Prata. “Bem-vindos a Chernobyl”. www.folha.uol.com.br, 16.06.2019. Adaptado.)

Considere as passagens do texto:

•  [...] impossível, um “reator RBMK não explode” (2º parágrafo)

•  “Eu fui lá, eu vi!”, repetem os cientistas [...] (3º parágrafo)

As aspas são empregadas para indicar
A
discurso indireto, estabelecendo-se entre os enunciados uma relação de complementação de sentido, já que o segundo amplia o conteúdo expresso no primeiro.
B
ironia, estabelecendo-se entre os enunciados uma relação de causa e consequência, já que a ação expressa no segundo decorre do conteúdo expresso no primeiro.
C
ênfase, estabelecendo-se entre os enunciados uma relação de oposição de sentido, já que o segundo contesta veementemente o conteúdo expresso no primeiro.
D
ambiguidade na fala do autor, estabelecendo-se entre os enunciados uma relação de comparação, já que o segundo reitera o conteúdo expresso no primeiro.
E
discurso direto, estabelecendo-se entre os enunciados uma relação de oposição de sentido, já que o segundo contesta o conteúdo expresso no primeiro.