Questão
Universidade Federal do Piauí - UFPI
2009
Fase Única
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O escritor piauiense Assis Brasil possui vasta produção bibliográfica com mais de cem obras editadas, que vão da historiografia à moderna ficção. Em Beira Rio Beira Vida, rompe, mais uma vez, com a linearidade narrativa e apresenta a dolorida trajetória de três mulheres tragicamente marcadas. 

“Foi o que ele disse, Mundoca: Luíza terá uma vida segura. Mas o que minha mãe queria era uma vida segura pra ela, tão medrosa com aqueles olhos murchando ante a velhice. Sabia que muito cedo os homens iam sumir da vida dela. 

Com a morte do velho Santana, ela tratou logo de remodelar a fachada feia e suja do armazém, mandou botar uma platibanda enfeitada em lugar das telhas velhas que escorriam para a rua. Mandou pintar tudo (exigia tinta a óleo), e só não tacou um monte de azulejos na entrada da casa foi porque não encontrou no comércio. Queria fazer figura, como o palacete de seu Bento Mavinier era considerado o prédio mais bonito de Parnaíba, “uma jóia”, que os viajantes admiravam. 

- Eu também posso enfeitar do meu gosto, não é só eles que podem.” 

 (BRASIL, Assis. Beira Rio Beira Vida. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d. p.48-49) 

 A partir da leitura e interpretação do trecho, contextualizada com o restante da obra, é correto afirmar:  
A
Mundoca, protegida por Santana, sonha com uma vida tranquila e segura proporcionada por um casamento convencional. 
B
Reformar o armazém representava para Luíza estar no mesmo nível dos demais comerciantes parnaibanos. 
C
Mundoca, ao ouvir a trajetória da mãe, decide romper com a “tradição do cais”. 
D
A sociedade local não aceita o crescimento social de Cremilda, apesar de sua postura desafiadora, e ela volta a se prostituir.  
E
Após muitas tentativas, as personagens conseguem encerrar o ciclo de miséria e exploração ao qual estavam fadadas.