Os primeiros momentos de nossa Literatura são marcados por textos de raro senso estilístico, suscitado pelo encantamento que a chegada à nova terra provocou. Destaque para a Carta do Achamento, de Pero Vaz de Caminha, cujo estilo sobrepõe-se à mera informação ao tratar a palavra com sofisticação e poeticidade. O mesmo não ocorre com a Literatura Catequética, cujos textos possuem caráter pedagógico-moralizante.

O Barroco destaca a grande cisão de pensamentos vigentes até então. O teocentrismo medieval é descartado frente à invasão de uma nova maneira de pensar o mundo, o antropocentrismo, que, calcado nos ideais da Antiguidade Clássica, retoma os conceitos de Beleza, Verdade e Perfeição. Destaca-se a poesia filosófica e satírica de Gregório de Matos e os sermões, textos em prosa de Padre Vieira, que usava o púlpito para proferir suas reflexões crítico-sociais.

O Romantismo, que surge na esteira de nossa independência política, apresenta produções voltadas aos três gêneros literários: poesia, prosa e teatro. Também são três as gerações poéticas, com destaque para Álvares de Azevedo. A prosa apresenta temáticas diversas: urbana, regionalista, indianista e histórica, sendo José de Alencar o nome de destaque. Na dramaturgia, alcançam grande sucesso as comédias de Martins Pena.

O Realismo e o Naturalismo derivam do mesmo momento histórico – final do século XIX – e foram influenciadas pelo pensamento cientificista-tecnológico da época. Poucas coisas diferem as estéticas, como a constatação de que o Naturalismo desenvolve os romances documentais de cunho analítico-psicológico, enquanto o Realismo registra a vida cotidiana sem máscaras e sem sofisticação. Machado de Assis e Aluísio Azevedo são os nomes mais importantes.

O Modernismo, a exemplo do Romantismo, em quem se inspira, apresenta a segmentação em três esferas literárias. Entretanto, diferencia-se da produção do século XIX pela inovação linguística - já que inova trazendo a língua oral para dentro da produção literária -, pela liberdade formal - uso de versos livres e rimas brancas - e pela temática que registra o cotidiano dos grandes centros urbanos, desenvolvidos e inflados. Legítimos representantes desta estética são Oswald de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector.