(...) A estrela do seu destino
leva o desenho estropiado:
metade com grande brilho,
a outra, de brilho nublado;
quanto mais fica um, sombrio,
mais se ilumina o outro lado.
Duvido muito, duvido
que se deslinde o seu fado.
Vejo que vai ser ferido
e vai ser glorificado:
ao mesmo tempo, sozinho,
e de multidões cercado;
correndo grande perigo,
e de repente elevado:
ou sobre um astro divino
ou num poste de enforcado. (...)
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. São Paulo: Globo, 2015 (p. 104).
Retirado do Romance XXXIII ou "Do cigano que viu chegar o Alferes", o eu lírico desse poema assume a postura de