A estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta
!Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
A poesia de Manuel Bandeira caracteriza-se pela coloquialidade e por utilizar fatos do cotidiano como motivo poético. No decorrer do poema, há uma sequência descritiva evidenciada por