A estrutura do palco italiano, composto por parede de fundo e por duas paredes laterais, ao encontrar a boca de cena, forma a “quarta parede”: local onde o drama estaria enclausurado, fechado, concentrado sobre si. O espectador, por sua vez, aprecia o espetáculo na condição de voyeur, distante da ação.
A “quarta parede” é parte da chamada “suspensão da descrença”, um termo aplicado ao teatro, à literatura e ao cinema que se refere à vontade de um leitor ou espectador em aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias.
É como se a plateia admitisse a presença de uma parede imaginária sem pensar nela, fazendo com que uma encenação seja tomada como um evento real a ser assistido. Já os atores utilizam essa convenção para buscar “verdade cênica”, voltando-se de forma mais eficiente à ficção e aos efeitos dramáticos; concentrando, por fim, sua atenção no palco e não no público.
Entretanto, os espetáculos podem ser encenados com ou sem a “quarta parede”. Assim, temos, também, a expressão “quebrar a ‘quarta parede’”, que se refere a uma personagem dirigindo sua fala e atenção para a plateia, relembrando, assim, a todos os presentes, que as ações ali apresentadas não são reais, que tudo ali é fabular. Muitos artistas se utilizaram e se utilizam desse efeito para incitar a audiência a ver a ficção sob outro ângulo, assistindo-a de forma menos passiva.
(Disponível em < https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/ponto-a-quarta-parede> Acesso em 21 jul. 2021)
A quebra da quarta parede tem sido utilizada pelo teatro contemporâneo, pois é um procedimento capaz de