Um estudo publicado em 25 de março na revista Science sugere que a emergência de uns poucos traços físicos e comportamentais, como a cor da plumagem dos machos e seu padrão de canto, é fator suficientemente forte para estimular o surgimento de novas espécies de caboclinhos, pequenas aves do gênero Sporophila que englobam mais de 40 espécies e que vivem principalmente em áreas abertas da América do Sul. Segundo o trabalho, feito por uma equipe internacional de biólogos e ornitólogos, duas espécies desse grupo de aves – o caboclinho-do-iberá (Sporophila iberaensis) e o caboclinho-de-barriga vermelha (Sporophila hypoxantha) – dividem o mesmo hábitat (a porção norte dos Esteros del Iberá, uma área pantanosa no centro da Argentina), têm genomas quase idênticos e são capazes de gerar descendentes híbridos férteis, como demonstram experimentos em cativeiro. Ambos os caboclinhos fazem ninhos em áreas muito próximas, reproduzem-se na mesma época e dividem os locais de alimentação. Ainda assim, de acordo com experimentos de campo e análises genéticas, as fêmeas quase sempre se reproduzem com os machos de sua espécie e evitam os pretendentes da espécie vizinha. Para os autores do artigo, as fêmeas determinam a espécie de seus parceiros de acasalamento pela cor das penas e seu padrão de canto.
Texto modificado. Fonte: Revista Pesquisa Fapesp. Disponível em https://revistapesquisa.fapesp.br/cores-e-cantos-da-evolucao/ Acesso em 13/07/2021.
De acordo com o texto, o processo de especiação se iniciou,