No excerto abaixo estão transcritos dois momentos da narrativa Lucíola, de José de Alencar. No primeiro deles temos a visão de Lúcia sobre o amor, quando ainda é uma cortesã. No segundo momento, temos a visão de Lúcia, agora denominada Maria da Glória (seu nome verdadeiro), depois de ter abandonado a vida de cortesã. Por meio disso e pensando nas características da obra de José de Alencar, escolha a alternativa correta.
“- Pelo que vejo, Lúcia, nunca amarás em tua vida! - Eu? ... Que ideia! Para que amar? O que há de real e de melhor na vida é o prazer, e esse dispensa o coração. O prazer que se dá e recebe é calmo e doce, sem inquietação e sem receios [...]. Quando eu lhe ofereço um beijo meu, que importa ao senhor que mil outros tenham tocado o lábio que o provoca? A água lavou a boca, como o copo que serviu ao festim; e o vinho não é menos bom, nem menos generoso, no cálice usado, do que no cálice novo.” (p. 83)
[...]
“- Se soubesses que gozo supremo é para mim beijarte neste momento! Agora que o corpo já está morto e a carne álgida, não sente nem a dor nem o prazer, é minha alma só que te beija, que se une à tua e se desprende parcela por parcela para se embeber em teu seio.” (p. 127)
ALENCAR, José de. Lucíola (1862). São Paulo: Ática, s/d.