O existencialismo francês surgiu na primeira metade do século XX, sob a força das inovações da Fenomenologia e sob o peso da crise nas ciências e das guerras mundiais. Jean-Paul Sartre (1905-1980), um dos máximes representantes dessa corrente filosófica, aponta a liberdade como característica definidora da existência humana. Em termos ontológicos, a natureza humana se deve à infestação do Em-si, que apenas “é”, pelo Para-si, que carece de ser (é “nada”) e, por isso, é pura ação. A existência inautêntica, pautada pela má-fé, propõe o determinismo como campo para justificar as ações, omissões e mesmo o “caráter” do indivíduo, ao atribuir poder causal a influências do ambiente, físicas, sociais, culturais, religiosas etc.
Considere, de início, as seguintes afirmações:
(i) Para o existencialismo sartreano, Deus seria causador dos traços determinantes do caráter e autor da existência factual de cada indivíduo; conformar-se à vontade do Em- si seria a tarefa de cada um face a sua vida.
(ii) A filosofia de Sartre afirma que o homem é fruto do meio.
(iii) O existencialismo, porque ligado à ação, é um materialismo.
(iv) Quanto a seus fundamentos ontológicos, a existência humana, em Sartre, caracteriza-se pelo Para-si, opondo-se a qualquer concepção que a delimite causalmente.
(v) A tese de que a existência é liberdade corrobora a tese de que “a existência precede a essência” – nenhuma essência predetermina a ação, segundo Sartre.
Dados os itens anteriores, levando-os em conta e o enunciado da questão, bem como considerando seu conhecimento prévio, assinale a alternativa que contém afirmação correta: