Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2013
Fase Única
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Na ficção de Guimarães Rosa, cuja primeira virtude é chamar o leitor para uma espécie de gramática de uma nova língua, o cenário privilegiado é o de um amplo sertão brasileiro, entendido ainda como espaço simbólico. E o autor teve olhos também para o nascimento de Brasília, num conto de Primeiras estórias. Entre o tempo arcaico e o tempo do futuro, entre “a roça e o elevador”, para lembrar uma imagem de Carlos Drummond de Andrade, Rosa escolheu a ambos: linguagem de novíssima arquitetura, temas que remontam ao regionalismo primitivo, povoado de coronéis e jagunços. 

(Aristides Valerim, inédito)

Por gramática de uma nova língua deve-se entender que, de fato, Guimarães Rosa
A
renovou os estudos linguísticos no Brasil, por meio do que acabou propondo como Gramatiquinha.
B
adotou uma série de estrangeirismos, pela necessidade de se nomear coisas e fenômenos estranhos à realidade nacional.
C
criou uma linguagem própria, fusão da erudição linguística do autor e do aproveitamento inventivo da oralidade regional.
D
promoveu uma dura crítica da fala popular, propondo uma rigorosa observação dos parâmetros da norma culta.
E
apoiou seu estilo na gíria urbana e na fala simples dos campesinos, fundindo assim duas linguagens já consolidadas.