“Nos filmes e na televisão o árabe é associado à libidinagem ou à desonestidade sedenta de sangue. Aparece como um degenerado supersexuado, capaz, é claro, de intrigas astutamente tortuosas, mas essencialmente sádico, traiçoeiro, baixo. Traficante de escravos, cameleiro, cambista, trapaceiro pitoresco: estes são alguns dos papéis tradicionais do árabe no cinema. O chefe árabe (de saqueadores, piratas, insurgentes ‘nativos’) é muitas vezes visto rosnando para o herói e a loira ocidentais capturados (ambos impregnados de integridade): ‘Meus homens vão matar vocês’[...] A maior parte das imagens apresenta massas enraivecidas ou miseráveis, ou gestos irracionais”.
(SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.291)
A partir do texto do historiador Edward Said e de seus conhecimentos sobre a temática, é correto afirmar que a representação que o cinema ocidental elabora sobre o povo árabe é marcada pelo (a):
I. – Preconceito, identificando-o como pessoas enraivecidas, miseráveis e excêntricas, cujos gestos denunciam a violência cotidiana.
II. – Pitoresco, desconstruindo a leitura de que o árabe é supersexuado, sádico, degenerado e traiçoeiro.
III. – Estereotipia, representando-o como “portadores” de atitudes irracionais, chefiado por homens sanguinários, trapaceiros e hostis aos ocidentais.
IV. Multiplicidade, criticando a imagem de que todos os árabes são insurgentes, violentos e intolerantes às práticas político-culturais-religiosas ocidentais.
Estão corretas: