O filósofo alemão Theodor Adorno, refletindo sobre aspectos da sociedade ocidental do século XX, chegou à conclusão de que
pessoas que se enquadram cegamente em coletividades transformam-se em algo análogo à matéria bruta e omitem -se como seres autodeterminantes. Isso combina com a disposição de tratar os outros como massa amorfa. [...]
Aquilo que exemplificava apenas alguns monstros nazistas poderá ser observado hoje em grande número de pessoas, como delinqüentes juvenis, chefes de quadrilha e similares, que povoam o noticiário dos jornais, diariamente. [...] As pessoas dessa índole equiparam-se de certa forma às coisas. Depois, caso o consigam, elas igualam os outros às coisas. A expressão “acabar com eles”, tão popular no mundo dos valentões, como no dos nazistas, revela muito bem essa idéia.
COHN, Gabriel (Org.). Theodor Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 40.
O acontecimento da história da Alemanha que, no século XX, serviu de base para as reflexões de Adorno no fragmento acima foi