A flor e a náusea
“Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
[...]
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. 28 ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.
Lê as afirmativas.
I - Em “É feia. Mas é uma flor” a conjunção indica que ser flor é um elemento adicional ao fato de ser feia.
II - Em “É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto...”, temos uma figura de linguagem denominada aliteração. Quando se usa esse recurso, forma e conteúdo se dissociam na construção do significado.
III - O poeta se afasta do modernismo quando usa palavras como “nojo” e “ódio”, expressões corriqueiras, que não atingem o ideal estético da época.
IV - O ponto de exclamação, no final da primeira linha, denota uma frase imperativa.
V - É possível se ver o nascimento da flor como uma metáfora para a possibilidade de existência de vida mesmo em condições adversas.
Está (ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)