Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
(Trecho de Tecendo a Manhã, João Cabral de Melo Neto. Disponível em: <https://www.revistabula.com/449-os-10-melhores-poemasde-joao-cabral-de-melo-neto/> Acessado em 20 mar. 2020.)
Nesse poema, o autor faz uso de uma anáfora para