A guilhotina, máquina criada para decapitar pessoas, foi adotada na França pela primeira vez em 1792, em razão dos apelos do médico parisiense Joseph Guilhotin, que defendia o direito dos condenados à morte a um fim rápido e sem dor.
Até então, os métodos de execução utilizados eram basicamente a forca, o esquartejamento e as diversas variantes do suplício da roda – como a que colocava uma pessoa amarrada na parte externa de uma roda e, sob ela, brasas incandescentes. Conforme o carrasco girava a roda, a pessoa era “assada” viva, diante da população que se reunia para ver a cena.
Com a propagação dos ideais iluministas, os suplícios passaram a ser, cada vez mais, encarados como uma afronta à dignidade humana, um símbolo da tirania. Assim, o século XVIII marca o início de um longo processo que resultará em uma nova concepção de justiça. No século XX, mais do que punir, a justiça terá como missão promover a reinserção na sociedade daqueles que cometeram crimes. As prisões tornaram-se locais que deveriam garantir a “reeducação” dos indivíduos que não souberam (ou não puderam) viver conforme as regras sociais.
(Michel Foucault. Vigiar e punir. Trad. Petrópolis: Vozes, 1989; Michel Vovelle. Imagens e imaginários na História. São Paulo: Trad. Ática, 1997. In Gislane Azevedo e Reinaldo Seriacopi. História, série Brasil. São Paulo:Ática, 2005, p. 256)
O texto de Michel Foucault faz referência a uma máquina muito utilizada na Revolução Francesa, particularmente, sob o regime do Terror. O conhecimento histórico permite inferir que durante esse regime, a