Questão
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC - MG
2019
Fase Única
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O homem que petrificava cadáveres e outros cientistas que hoje estariam presos

França, verão de 1885. Jean-Baptiste Vincent Laborde espera ansioso na entrada do cemitério. A lei determina que, antes de um cadáver ser doado para a ciência, deve-se encenar um enterro cristão. Para Laborde, é fundamental ganhar tempo. Ele criou um laboratório portátil montado numa carroça, que conta com uma maca, lanternas e material cirúrgico. No país que viu nascer a guilhotina, esse médico tenta demonstrar que os executados continuam conscientes após a decapitação. Quando chegam os restos do condenado à morte, cedido pelas autoridades, Laborde segura sua cabeça, perfura o crânio e aplica correntes elétricas no cérebro. A cara começa a se mexer e, por fim, abre um olho.

Várias décadas mais tarde, Gabriel Beaurieux, outro médico francês, presencia uma execução na guilhotina. Segundos depois, o doutor levanta a cabeça do cesto e grita o nome do condenado. Os olhos se abrem e voltam a se fechar. O médico chama pela segunda vez. E de novo o morto abre os olhos.

Laborde e Beaurieux explicaram seus experimentos em publicações da época, mas nunca conseguiram provar sua hipótese. A guilhotina deixou de ser usada em 1977. A história desses médicos é contada agora em O cientista louco: uma história da pesquisa no limite, que será lançado em 30 de janeiro. Trata-se de um compêndio de pesquisadores reais que, movidos por uma forte convicção e pela ânsia de conhecimento, enfrentaram o pensamento dominante da época e inclusive realizaram testes que hoje poderiam levá-los à prisão.

DOMINGUEZ, N. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/.html>. Acesso em: 05 mar. 2019.

O texto foi produzido com o intuito de
A
relatar os desvios morais de pesquisadores.
B
compilar práticas científicas inusitadas.
C
noticiar o lançamento de um livro.
D
divulgar fatos históricos.