O incansável movimento dos ponteiros do relógio sempre me intrigou. Quando criança, ao me ver triste, queria que o tempo parasse só um pouquinho para que absorvesse meus sentimentos. Mas o relógio nunca respeitou minha dor. Um grande egoísta, ele me parecia ser. Não importa o quanto precise, ele segue correndo. Ao não o acompanhar, a sensação possível é a de estar atrasado. Para o que, não sei. Você sabe?
Com o passar dos anos, aprendi a caminhar na frequência do relógio. Como ele não para, tomei-o para mim, para minhas pausas necessárias. Afinal, quanto tempo tenho? Certa vez, conversando com uma médica especialista em cuidados paliativos, ouvi que o que nos impede de ser feliz é a ilusória ideia de que há muito tempo para vivermos. Sem uma data de quando haverá um fim, nos permitimos postergar as alegrias e deixamos de ouvir o que o coração deseja. Há um universo oculto, que só se torna visível quando nos desprendemos da cobrança social para estarmos sempre produzindo e alcançando metas.
Adaptado. Disponível em: https://vidasimples.co/ser/como-acalmar-a-ansiedade/
A vida passando rápido e a constante corrida contra o relógio são a temática principal do texto acima. Sobre ela, é correto dizer que