A influência africana na estrutura gramatical e no vocabulário é relevante na formação do português brasileiro para além da incorporação de palavras como “caçula”, “moleque”, “cachaça”, “acarajé” e “axé”.
Pesquisadores como Dante Lucchesi, da UFBA, acreditam que muitos preconceitos linguísticos contra o português brasileiro sejam dirigidos a contribuições africanas ao idioma.
“A maior influência do processo de assimilação impost o pelos portugueses aos escravos negros está presente até hoje no português informal, na língua do dia a dia, quando dizemos, por exemplo, ‘Nós pega os peixe’. A variação na concordância nominal e verbal constitui um divisor de águas no cenário sociolinguístico brasileiro. Revela o peso que o contato entre línguas teve no Brasil” – explica Lucchesi.
Ter preconceito linguístico com esse tipo de ocorrência no idioma, segundo o pesquisador, seria a razão do menosprezo do estudo da relevância africana no português.
Com isso, “o estigma social recai sobre as variantes linguísticas mais notáveis da fala popular”, afirma o professor em seu estudo. “Não precisa ter concordância para ter r acio cínio lógico. Essa é marca indelével das línguas africanas”.
(Julio Lamas. África resiste. Língua Portuguesa, julho de 2013. Adaptado.)
Pela leitura do texto, preconceito linguístico é