Questão
Universidade do Estado do Amazonas - UEA
2013
Fase Única
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A influência africana na estrutura gramatical e no voca­bulário é relevante na formação do português brasileiro para além da incorporação de palavras como “caçula”, “moleque”, “cachaça”, “acarajé” e “axé”. 

Pesquisadores como Dante Lucchesi, da UFBA, acre­ditam que muitos preconceitos linguísticos contra o portu­guês brasileiro sejam dirigidos a contribuições africanas ao idioma.

“A maior influência do processo de assimilação impost o pelos portugueses aos escravos negros está presente até hoje no português informal, na língua do dia a dia, quando dize­mos, por exemplo, ‘Nós pega os peixe’. A variação na con­cordância nominal e verbal constitui um divisor de águas no cenário sociolinguístico brasileiro. Revela o peso que o contato entre línguas teve no Brasil” – explica Lucchesi.

Ter preconceito linguístico com esse tipo de ocorrência no idioma, segundo o pesquisador, seria a razão do menos­prezo do estudo da relevância africana no português.

Com isso, “o estigma social recai sobre as variantes lin­guísticas mais notáveis da fala popular”, afirma o professor em seu estudo. “Não precisa ter concordância para ter r acio cínio lógico. Essa é marca indelével das línguas africanas”.

(Julio Lamas. África resiste. Língua Portuguesa, julho de 2013. Adaptado.)

Pela leitura do texto, preconceito linguístico é
A
a contribuição de idiomas africanos para a ampliação do vocabulário da língua materna
B
a assimilação imediata pelos africanos da língua falada nos países para os quais emigraram. 
C
o estudo sociolinguístico dos eventos em que os indivíduos exercitam a língua falada. 
D
a valorização do padrão culto da língua e o desprestígio das variantes linguísticas populares. 
E
a sobrevivência das características da linguagem formal, graças à superioridade do padrão culto.