A respeito da intuição, tal como elaborada na Crítica da Razão Pura, de Kant (1724-1804), lemos:
A intuição, exatamente como o conceito, tem o caráter primário de representação. A representação, como um representar, significa referir-se a um objeto. Intuição e conceitos são os dois modos de representar que Kant conhece. A intuição, como um modo determinado do representar, caracteriza-se por referir-se a um objeto de tal modo que, nele, o objeto se dá imediatamente (...). Os modos desse dar-se são os sentidos, e cada um dá, respectivamente, em um determinado círculo, uma multiplicidade, cada um tem seu círculo de doação. (...) Kant viu que o múltiplo desse modo de doação de um sentido, e dos sentidos em geral, na medida em que é algo múltiplo (...) está determinado pelo caráter da sucessão ou da simultaneidade.
HEIDEGGER, Martin, em Lógica – a pergunta pela verdade.
É indiferente que haja ordem ou desordem no visto, mas o critério para essa ordenação ou para a desordem, ou seja, a possibilidade mesma de que o múltiplo intuído (o “visto imediatamente”) tenha alguma ordem é uma representação prévia ao intuído, que lhe dá forma.
Tratando-se da forma da intuição sensível, e levando em conta seus conhecimentos a respeito de Kant, é CORRETO, a partir também do enunciado acima, afirmar.