A invasão da Ucrânia pela Rússia criou a “guerra do TikTok”, segundo cientistas políticos como Max Abrahms, professor da Universidade Northeastern, nos EUA. O aplicativo de vídeos se tornou uma janela de atualizações em tempo real sobre o conflito no leste europeu. Horas depois da invasão, em 24 de fevereiro, a jovem ucraniana Marta Vasyuta, de 20 anos, publicou vídeos mostrando os primeiros bombardeios russos na capital Kiev e foi dormir. Quando acordou, tinha 9 milhões de novos seguidores. “Foi algo que eu não compreendi”, afirmou Vasyuta à BBC. Outros milhares de usuários – ucranianos ou não – começaram a publicar vídeos sobre a guerra. Os conteúdos vão de filmagens em campo a análises sobre o conflito. Do lado russo, há usuários que reiteram os argumentos do governo Putin de que é preciso “desnazificar” a Ucrânia e que os bombardeios seriam orquestrados pelo próprio governo ucraniano como forma de desmoralizar a Rússia. Os vídeos foram removidos pelo TikTok, mas volta e meia retornam para a plataforma até serem denunciados novamente. Independentemente da perspectiva, há uma unanimidade: os conteúdos sempre são construídos para criar reações emocionais no público, por meio de entonação da voz de quem narra o vídeo, trilhas sonoras, imagens chocantes, palavrões, etc.
(NEXO Jornal. 10/03/2022. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2022/03/10/Como-o-TikTok-se-tornou-uma-janela-para-a-guerra?posicao=7. Acesso em: 17/03/2022).
O uso das novas tecnologias por meio de redes sociais interfere diretamente na compreensão do conflito. Considerando a natureza das relações sociais desses meios digitais, levando em consideração o uso do TikTok no conflito neste atual conflito do Leste Europeu (2022), é correto afirmar que