O jongo do Sudeste foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2005 e registrado no Livro das Formas de Expressão. Segundo Gustavo Pacheco, jongos ou pontos são cantados em português, mas com frequência apresentam palavras e expressões de origem bantu (por exemplo, ‘mironga’). Formados por versos curtos, os pontos são iniciados (tirados ou jogados) por um dos participantes e respondidos pelo coro por alguns minutos até que um dos presentes ponha a mão sobre os tambores e grite ‘machado!’ ou ‘cachoeira!’, dando o sinal para que um novo ponto tenha início. Embora os jongos sejam comumente improvisados, o acervo de expressões e outros recursos estilísticos usado pelos jongueiros baseia-se fortemente em tradição coletiva.
(Adaptado de PACHECO, G. Memória por um fio: as gravações históricas de Stanley J. Stein. In: PACHECO, G.; LARA, S. Memória do Jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein. Vassouras, 1949. Rio de Janeiro: Folha Seca; Campinas, SP : CECULT, p.15-34, 2007.)
Tendo em vista seus conhecimentos sobre a importância das lutas pela memória para a redemocratização e considerando o texto acima, faça o que se pede em a) e b).
a) Indique e caracterize dois elementos do jongo relacionados às tradições culturais africanas.
b) Cite dois elementos da repressão às práticas culturais africanas no Brasil escravista e explique o modo de atuação dos agentes repressores.