Questão
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SUL - PUC-RS
2015
Fase Única
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 leia o trecho do romance A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães. 

– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores.

Deram-te uma educação como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano. [...] 

– Mas senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação que me deram e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala. 

– Queixas-te de tua sorte, Isaura? 

– Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens que me atribuem, sei conhecer o meu lugar. 

Com base no texto e no contexto do qual o fragmento acima faz parte, afirma-se: 

I. De acordo com a primeira fala, a cor de Isaura é apontada como uma possível negação de sua origem africana. 

II. Apesar de alguns questionamentos acerca da senzala, a escrava parece resignada ao lugar que ela ocupa na sociedade da época. 

III. A obra A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, integra um dos momentos cruciais do realismo literário brasileiro, no qual os autores se mostravam preocupados com a crítica social. 

Está/Estão correta(s) a(s) 
A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
II e III, apenas.