A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Não é obrigando-a estacionar que hão de manter e polir as qualidades que porventura ornem uma língua qualquer; mas sim fazendo que acompanhe o progresso das ideias e se molde às novas tendências do espírito.
Criar termos necessário para exprimir os inventos recentes, assimilar-se aqueles que, embora oriundos de línguas diversas, sejam indispensáveis, e sobretudo explorar as próprias fontes, veios preciosos onde talvez ficaram esquecidas muitas pedras finas, essa é a missão das línguas cultas e seus verdadeiros classicismos.
Quanto à frase ou estilo, também não se pode imobilizar quando o espírito, de que ela é expressão, varia com os séculos de aspirações e hábitos. Sem o arremedo vil da locução alheia e a imitação dos estrangeiros devem as línguas aceitar algumas novas maneiras de dizer, graciosas e elegantes, que não repugnem a língua aceitar algumas novas maneiras de dizer, graciosas e elegantes, que não repugnem ao seu gênio e organismo.
ALENCAR, J. Língua e progresso. In: CARDOSO, W.; CUNHA, C. Português através de textos: estilística e gramática histórica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978 (adaptado).
De acordo com o texto, para sua preservação e sobrevivência, a língua deve acompanhar o progresso. A respeito dessa dinâmica nas formas de expressão das línguas, o autor considera que