No livro A crise da razão, organizado por Adauto Novaes, em 1996, escreve Franklin Leopoldo e Silva, em “Ética e razão”:
Quando se fala em prática, normalmente entendemos um domínio ao qual a razão teórica se aplica. O grau em que se consolidou essa relação indica quanto a nossa época se organizou a partir da supremacia da racionalidade técnica. (...) A razão moderna, por articular desde o seu surgimento o conhecimento e o poder, possui na aplicação técnica da ciência a última instância de sua própria definição. A inseparabilidade entre o saber e o domínio da natureza impede que se faça qualquer separação autêntica entre ciência e técnica. É essa continuidade que oculta o verdadeiro significado da práxis. (...) A incorporação da práxis à técnica faz então desaparecer o mundo prático como cenário da ação que se estrutura a partir da compreensão da contingência na sua singularidade. (...) A acumulação de meios técnicos se caracteriza como atividade indefinidamente em ampliação não tanto porque a ela seja inerente o progresso, mas sim porque a presumida neutralidade ética da técnica impede que seja estabelecido um télos exterior à sua própria natureza, o que só poderia ser feito na esfera da razão prática.
In NOVAES, Adauto. A Crise da razão. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
Considerando que “télos” é o termo grego para “fim”, “finalidade”, é CORRETO afirmar.