De mãe
(Conceição Evaristo)
O cuidado de minha poesia
aprendi foi de mãe,
mulher de pôr reparo nas coisas,
e de assuntar a vida.
A brandura de minha fala
na violência de meus ditos
ganhei de mãe,
mulher prenhe de dizeres,
fecundados na boca do mundo.
Foi de mãe todo o meu tesouro
veio dela todo o meu ganho
mulher sapiência, yabá,
do fogo tirava água
do pranto criava consolo.
A linguagem do texto de Conceição Evaristo mantém-se na utilização da norma culta, mas apresenta marcas de uma variação linguística. Tal variação é entendida como: