Na manchete: Presidente de Portugal diz que país precisa reparar crimes da escravidão, publicada em matéria jornalística do jornal Folha de São Paulo, no dia 24 de abril de 2024, destaca-se trecho no qual o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, se refere ao Brasil e a África:
“Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos?
Há bens que foram saqueados e não devolvidos?
Vamos ver como podemos reparar isso.”
(FOLHA DE S. PAULO, 2024).
Historicamente milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força em navios, vendidos e escravizados durante mais de quatro séculos. Os sobreviventes do comércio compulsório transatlântico acabavam trabalhando em plantações nas Américas, em especial no Brasil e no Caribe. Portugal teve papel importante nesse sistema, já que o país traficou quase seis milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia. Fonte: (MATTOSO, 1982; MAMIGONIAN, 2017).
A partir do enunciado, considere as afirmativas que caracterizam o tráfico transatlântico de escravizados e os ordenamentos sócio-históricos fruto da escravidão.
I - A expansão marítima tem de ser creditada sobretudo às nações ibéricas.
II. - A expansão marítima de Portugal será sustentada por sua superpopulação relativa, a impossibilidade de crescer às custas de Castela, a penúria em grãos, peixe, especiarias. Suas trocas são contidas pela carência de metais preciosos, e a sede de escravos crescerá com o desenvolvimento dos engenhos de açúcar do sul do Algarve, da Madeira, dos Açores e, mais tarde, das ilhas do Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe.
III. - O Brasil não possui, ao longo do seu processo histórico, nenhum registro que evidencie leis segregacionistas ou excludentes. O país destaca-se pela ausência de preconceito de origem racial, tornando-se um exemplo de democracia racial para o resto do mundo.
IV. Espanha, França e Estados Unidos criticaram o uso dos africanos resgatados do tráfico para suprir a grande demanda por mão de obra nas colônias britânicas do Caribe após a abolição.