O megaevento agudiza e aprofunda essa ideia de cidade de exceção: as regras todas vão para o espaço. A legislação de
exceção produzida para acolher esses eventos é o exemplo mais puro do que estou falando. Por exemplo, todas as
empresas associadas ao COI e à Fifa não pagam impostos. A lei de responsabilidade fiscal, que estabelece um limite de
endividamento, é flexibilizada para obras associadas a megaeventos. Por que um município pode se endividar para fazer um estádio e não pode para fazer saneamento básico? A Fifa agora quer proibir a comercialização de qualquer produto que não seja de seus associados em um raio de 2 quilômetros dos eventos e das áreas de interesse dos jogos. E também viola direitos humanos consagrados em nossa Constituição, como o direito à moradia. Em nome desses projetos, atualmente se procede a uma limpeza social e étnica, expulsando populações; 170 mil pessoas serão removidas em nosso país.
(Adaptado de Entrevista com Carlos Vainer, “Estamos sofrendo uma manipulação brutal”, Disponível em http://www.diplomatique.org.br/ artigo.php?id=1036. Acesso em 24 de abril de 2012.)
Com base na leitura da entrevista de Carlos Vainer, é correto afirmar que o texto: