O mercúrio, utilizado para a extração do ouro nos garimpos ilegais às margens de rios da Bacia Amazônica, contamina o ar atmosférico e a água. O ouro, eventualmente presente na mistura formada por areia e água retirada destas margens, é dissolvido com a adição desse metal líquido e, posteriormente, recuperado pelo aquecimento e vaporização do mercúrio – substância tóxica cumulativa que, se inalada, pode provocar danos aos pulmões e ao cérebro. Nos rios, o mercúrio e compostos como o HgCl2 formam substâncias alquiladas extremamente tóxicas, a exemplo do cloreto de metilmercúrio e do dimetilmercúrio, devido à ação de bactérias. Estas substâncias, quando absorvidas por algas, moluscos e peixes, utilizados como alimentos por outros organismos, inclusive o ser humano, disseminam-se pela cadeia alimentar.
Lee, J.D. Química inorgânica não tão concisa. 5ª edição. São Paulo: Edgard Blücher, 1999. P. 433-434. Adaptado.
O dimetilmercúrio, (CH₃)₂Hg, é um composto organometálico formado por moléculas de estrutura linear que, na temperatura ambiente, apresenta-se como um líquido insolúvel em água. O cloreto de metilmercúrio, CH₃HgCl, também constituído por moléculas lineares, é um sólido cristalino, de baixo ponto de fusão e solúvel em água.
Com base nas informações, associadas aos conhecimentos sobre a estrutura dos compostos químicos,
⇒ identifique o tipo de interação existente entre as moléculas do dimetilmercúrio, no estado líquido, e justifique a resposta utilizando a fórmula estrutural deste composto químico.
⇒ explique a diferença entre a solubilidade do dimetilmercúrio e a do cloreto de metilmercúrio, em água, considerando que os dois compostos são formados por moléculas lineares.