O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia apegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da abeira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul. O casal agoniado
sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado (...) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos,
nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.(...)
O trecho acima é de Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. Dele é correto afirmar que