[...] se a natureza tivesse posto pouquíssima simpatia no coração deste ou daquele, se ele (de resto, um homem honrado) fosse por temperamento frio e indiferente aos sofrimentos dos outros, talvez porque, provido ele próprio do dom de uma particular paciência e força para suportar, também pressuponha ou até mesmo exija o mesmo em todos os outros; se a natureza tivesse formado esse homem (o qual não seria na verdade seu pior produto) não propriamente para <ser um> filantropo; não encontraria ele então dentro de si uma fonte de onde se dar um valor de longe muito mais alto que possa ser o de um temperamento bondoso? Sem dúvida! É aí mesmo que começa o valor do caráter, [...] o mais alto, a saber, que ele faça o bem, não por inclinação, mas por dever.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso editorial; Barcarolla, 2009. p. 121. (Fragmento).
Considerando o trecho acima, assinale a alternativa correta.