O nazismo não era uma ideologia irracional; o nazismo trabalhava, mais que outras ideologias, o componente irracional das pessoas. E o fazia de uma forma absolutamente racional, premeditada e planejada, desde os desfiles, rigorosamente coreografados, os discursos de Hitler, em que uma iluminação colocada atrás dava a ilusão de que o sol o elevava, as bandeiras e estandartes colocados nas ruas dando uma aparência de festa e compondo os elementos cenográficos de um ritual que reforçava a comunhão nacional etc. Estes aspectos do nazismo são tão centrais na compreensão da adesão das pessoas quanto a análise de seus conteúdos políticos.
CYTRYNOWICZ, R. Loucura coletiva ou desvio da história: as dificuldades de interpretar o nazismo. In: COGGIOLA, O. (org.). Segunda Guerra Mundial: um balanço histórico. São Paulo: Xamã/FFLCH-USP, 1995. p. 211.
Ao relatar a atuação do Partido Nazista na Alemanha, o texto destaca