No número 911 da Avenida Prestes Maia, 379 famílias vivem na segunda maior ocupação vertical da América Latina – de acordo com o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, apenas na Torre de David, na Venezuela, tem mais ocupantes. A localização central do edifício de dois blocos, um com 22 andares e outro com nove, é uma das maiores razões para que o imóvel abandonado há décadas pelos proprietários esteja sempre repleto de ocupantes. Bastam alguns passos para chegar à estação Luz do metrô, no Parque da Luz e na Pinacoteca do Estado. A estimativa é que mais de mil pessoas vivam no local. “Não tem como saber ao certo a quantidade de pessoas, pois existem desde famílias com dez crianças a pessoas sozinhas”, diz uma das líderes da ocupação. No local onde funcionava uma tecelagem, famílias dividem os espaços em pequenos quartinhos. O banheiro e a lavanderia são
coletivos.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-09/ocupacoes-sao-paulo-tem-segunda-maiorocupacao-vertical-da-america. Acesso em: 26 set. 2016 (adaptado).
O texto apresenta o caso da ocupação de um edifício na cidade de São Paulo, evidenciando o problema da moradia nas metrópoles brasileiras. Considerando a questão da moradia e sua relação com a dinâmica social, assinale a(s) soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01. O processo de urbanização brasileira é excludente e segregacionista posto que, historicamente, as melhores áreas foram ocupadas pelas camadas de maior poder aquisitivo e as áreas mais distantes e carentes de serviços básicos, ocupadas pelas camadas mais pobres.
02. Os movimentos sem teto caracterizam-se por lutarem pelo direito à moradia e trabalharem junto com as imobiliárias e órgãos de planejamento municipal para a desapropriação de áreas desocupadas da cidade.
04. A crescente valorização do preço do solo urbano, em conjunto com os baixos salários pagos aos trabalhadores, dificulta o acesso à terra para essa parcela da população brasileira.
08. Nas cidades brasileiras, os investimentos públicos e privados são aplicados em obras ou serviços que beneficiam a todos. Todavia, como as obras são de pequenas dimensões, elas não possuem visibilidade no espaço urbano.
16. A difícil realidade da população sem teto nas cidades brasileiras é momentânea, pois o Brasil é um país emergente e os problemas urbanos serão resolvidos com o retorno do crescimento econômico.
32. A falta de moradias no Brasil é um problema recente e não se resolve com a ocupação de imóveis particulares.