01) Em Doze reis e a moça no labirinto do vento, conto que dá nome à obra de Marina Colasanti, o enredo versa sobre uma princesa que, apesar de ser cortejada por doze reis educados, dedicados e gentis, acaba apaixonando-se por Vento, o 13o pretendente, que a captura e a aprisiona em um labirinto, para que pertença somente a ele por toda a sua vida. A narrativa discute os perigos e consequências da síndrome de Estocolmo, um fenômeno psicológico que faz com que a vítima estabeleça uma relação de lealdade e solidariedade com o indivíduo que a sequestra e se apaixone por ele.

02) O livro Doze reis e a moça no labirinto do vento, escrito por Marina Colasanti, é uma coletânea de contos que remete ao encantamento do universo dos contos de fada. As paisagens e imagens construídas são típicas desse gênero, haja vista que as histórias são ambientadas em lugares e tempos distantes, que o leitor reconhece apenas dessas histórias e não de sua realidade objetiva. Contrastando com os ambientes em que se desenrolam, as narrativas e as mensagens que transmitem, no entanto, são próximas e contemporâneas ao leitor, pois representam ideais e visões de mundo modernas, como a liberdade e o controle sobre o próprio destino.

04) O conto A causa secreta, escrito por Machado de Assis, pode ser considerado um texto literário metalinguístico, pois, na verdade, discute outra obra do autor: Dom Casmurro. Ao apresentar ao leitor uma esposa que trai o protagonista com seu amigo, Machado revela um dos grandes segredos de sua obra ao trazer à tona novamente a discussão sobre a existência ou não de uma traição por parte de Capitu. No conto, fica claro que Capitu traiu Bentinho com Escobar e o filho dos dois é, de fato, fruto dessa traição.

08) No conto O caso da vara, o início da narrativa gira em torno da história de Damião, que foge do seminário e busca salvar-se da punição do pai refugiando-se na casa de Sinhá Rita. No entanto, no decorrer do conto, o foco é deslocado para Lucrécia, personagem que é vítima de violência pelas mãos da senhora da casa e, a princípio, parece secundária. Ao final da narrativa, Lucrécia está a ponto de ser castigada por Sinhá Rita por não cumprir com suas obrigações na casa e o responsável por decidir o destino da menina é Damião. O conto frustra as expectativas de um leitor que busca apenas conhecer o desenrolar do enredo, pois deixa para ele a tarefa de imaginar o futuro de ambos os personagens.