Os operários cujas fábricas já se acham fechadas há dias encaminhar-se-iam para o Campo de São Cristóvão. Os das fábricas de Vila Isabel, Andaraí e subúrbios também deveriam estar às 16 horas no mesmo Campo de São Cristóvão. Aí reunidos em grande número, atacariam a Intendência da Guerra, após, apossar-se-iam do armamento e do fardamento. Fardados, os amotinados e, quando chegassem as forças do Exército, estabelecer-se-ia a confusão e então esperariam que os soldados confraternizariam com eles. Partiriam em direção à cidade e o primeiro edifício que devia ser dinamitado era a Prefeitura, daí iriam atacar o Palácio de Polícia e em seguida o Quartel-General da Brigada Policial. Enquanto esses executavam esta parte do programa, os operários da Gávea e do Jardim Botânico atacariam o Palácio do Catete e em seguida o da Câmara, prendendo o maior número possível de Deputados. Então seria proclamado o Conselho de Operários e Soldados.
Jornal do Brasil, 1918. Apud. Matos, M. B. Trabalhadores e Sindicatos no Brasil. São Paulo. Expressão Popular, 2019, p.57.
Acima está um relato de época descrevendo a tentativa (frustrada) de militantes anarquistas na organização de um movimento insurrecional que deveria ter ocorrido no Rio de Janeiro, em novembro de 1918. Com atenção ao contexto histórico local e global deste relato:
a) INDIQUE o acontecimento internacional desse período que influenciou os rumos do movimento operário brasileiro a partir de 1917.
b) CARACTERIZE o anarquismo e o socialismo enquanto principais correntes ideológicas que orientaram as ações do movimento operário no período da Primeira República no Brasil.