Questão
Simulado UNESP
2021
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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O país de Cocanha é uma fábula amplamente divulgada no Ocidente no final da Idade Média e na Renascença com uma presença talvez mais marcada na Itália do Norte e na região germano-flamenga. No país da Cocanha reinam a paz e a liberdade, a abundância e a diversidade alimentar, a eterna juventude e a festa, condições para uma felicidade estritamente terrestre. Todos levam vida de senhor, e os produtos alimentícios retratados são aqueles das refeições festivas, da superabundância de carnes às sobremesas bem gordurosas, das fontes de vinho instaladas nas praças públicas ao pão branco consumido fresco. O guloso come à sociedade o que quiser, quando quiser e onde quiser, verificando-se uma inversão do paraíso terrestre, que rejeita os sete pecados capitais e exalta uma felicidade terrestre que não pode ser mais materialista. A duração plurissecular do sucesso popular dessa fábula é sobretudo a expressão das frustrações e das inquietudes de uma sociedade que não aniquilou os riscos da miséria.

FLORENT, Quellier. Gula: história de um pecado capital. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2011. Adaptado.

De acordo com o texto, a sobrevivência do mito de Cocanha no imaginário europeu se explica
A
pela resistência organizada pelos desvalidos às desigualdades impostas pela Igreja.
B
pela expectativa da localização do fantástico no processo de expansão ultramarina.
C
pela incorporação do imaginário pagão pelo catolicismo e religiões protestantes.
D
pela admiração dada pelos autores humanistas à elementos da mitologia greco-romana.
E
pelas incertezas e privações que envolvem as práticas alimentares no período.