A palavra altruísmo, derivada do latim alter, “outro”, foi utilizada pela primeira vez no século 19 por Auguste Comte, um dos pais da sociologia e fundador do positivismo. Segundo Comte, o altruísmo supõe “a eliminação dos desejos egoístas e do egocentrismo, assim como a realização de uma vida dedicada ao bem do outro”. O filósofo americano Thomas Nagel define o altruísmo como “uma inclinação para agir considerando interesses de outras pessoas e ausência de segundas intenções”. Significa a determinação racional para a ação, oriunda da influência direta que exerce o interesse de uma pessoa sobre as ações de outra, pelo simples fato de que o interesse da primeira constitui a motivação do ato da segunda”. Outros pensadores, confiantes no potencial de benevolência presente no ser humano, vão mais longe e, como filósofo americano Stephen Post, defi nem o amor altruísta como um “prazer desinteressado produzido pelo bem-estar do outro, associado aos atos – cuidados e serviços – exigidos para esse fim. Um amor ilimitado expande essa benevolência a todos os seres sem exceção, de maneira duradoura”. O ágape do cristianismo é o amor incondicional para com outros seres humanos, e o amor altruísta e a compaixão budista, maitri e karana (do sânscrito, respectivamente bondade e compaixão), estendem-se a todos os seres sencientes, humanos ou não.
( Matthieu Ricard. Mente e Cérebro, out. 2015, do livro A revolução do altruísmo. Palas Atenas, 2015)
Percebe-se que o texto é educativo e preocupa-se com a informação passada ao leitor - o que caracteriza a função referencial da linguagem. Além disso, apresenta a predominância de outra função da linguagem, que pretende