“A palavra fascismo tem origem no fascio italiano, literalmente, um feixe ou maço [que centraliza elementos dispersos em prol de uma unidade diretiva]. Oficialmente, o fascismo nasceu em Milão, em um domingo, 23 de março de 1919. Em 5 de abril de 1919, pouco depois da reunião inaugural do fascismo [...] um grupo de amigos de Mussolini [...] invadiram o escritório do jornal socialista Avanti, em Milão [...] Eles destruíram todo o equipamento. Quatro pessoas foram mortas, inclusive um soldado, e trinta e nove ficaram feridas. O fascismo italiano, desse modo, irrompeu na história por meio de um ato de violência contra não apenas o socialismo como também contra a legalidade burguesa, em nome de um pretenso bem nacional maior [...] Quando os partidos fascistas chegaram ao poder, entretanto, eles nada fizeram para cumprir essas ameaças anticapitalistas [...] Suas denúncias contra a burguesia, contudo, referiam-se a ser débil e individualista demais para fortalecer a nação, e não a roubar a classe trabalhadora do valor agregado por seu trabalho [...] Para os fascistas, o capitalismo falho do período entre guerras não necessitava ser reordenado em seus fundamentos. Suas mazelas poderiam ser curadas pela simples aplicação de vontade política para a criação de pleno emprego e produtividade. Uma vez no poder, os regimes fascistas confiscaram propriedade apenas de seus opositores políticos, dos estrangeiros e dos judeus. Nenhum deles alterou a hierarquia social [...] É difícil situar o fascismo no tão familiar mapa político de direita-esquerda”.
(PAXTON, Robert. A anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007). Adaptado.
A partir do texto acima, o fascismo: