Questão
Simulado Geral
2020
Fase Única
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“A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a moralidade que antes lhe faltava. É só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseando-se em outros princípios e a consultar a razão antes de ouvir suas inclinações. Embora nesse estado se prive de muitas vantagens que frui na natureza, ganha outras de igual monta: suas faculdades se exercem e se desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos se enobrecem, toda a sua alma se eleva a tal ponto, que, se os abusos dessa nova condição não o degradassem frequentemente a uma condição inferior àquela donde saiu, deveria sem cessar bendizer o instante feliz que dela o arrancou para sempre e fez, de um animal estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem.” 

(ROUSSEAU, J-J. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 36).

Segundo o texto, na passagem do estado de natureza para o estado civil 
A
o homem perdeu totalmente sua espontaneidade sem nada ganhar com isso. 
B
conquistou a racionalidade, a habilidade que permitiu o enobrecimento da alma. 
C
significou a passagem da condição de um animal estúpido e limitado a um ser inteligente sem nenhuma inconveniência. 
D
o dever ocupa o lugar do impulso físico e o direito o lugar do apetite o que torna essa vida um tormento diante dos desígnios sociais.  
E
houve tanto ganhos como perdas, embora os abusos da nova condição possam degradar o homem.