Na passagem da idade média para a época moderna, estabelece-se, gradualmente, a posição central do sujeito humano e da razão, e é crescente a atenção aos processos naturais, examinados a partir de hipóteses. Figuras como Giordano Bruno (1548-1600) atacam os argumentos de autoridade, a confusão entre saber e opinião tradicional, defendendo a liberdade e a independência de pensamento; Leonardo da Vinci (1452-1519) afirma que as artes devem criar uma segunda natureza através da “fantasia exata”, isto é, da fantasia criadora, que conhece as leis e proporções da natureza, tendo-as estudado. A posição do sujeito como observador e como investigador ativo da realidade objetiva substitui concepções medievais. O caso da pintura é emblemático: na idade média, a luz deum quadro é mostrada sem a contrapartida da sombra, as figuras são estáticas e planas, o tema é quase sempre relativo à fé, paisagens terrenas são mostradas apenas esquematicamente e a atmosfera geral é sacra. Não há exame da natureza dos corpos, porque apintura mostra figuras simbólicas, que, por isso, repetem-se e não apresentam traços de pessoas conhecidas. O Renascimento significa enorme mudança: a perspectiva é individual, pinta-se como o olho vê, é necessário estudar o representado, começa-se a representar o que existe à volta, em lugar de apresentar figuras simbólicas; surgem, assim, a paisagem, a profundidade, a vida cotidiana, a representação, as medidas e proporções das coisas mundanas. Considerando o anterior, e em relação ao campo das ideias filosóficas na passagem para a modernidade, é CORRETO afirmar:
Questão
Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP
2022
Fase Única
passagem-idade-media2981fcf1660
A
Na passagem da época medieval para a idade moderna, procura-se o exemplo da antiguidade para substituir a autoridade da Fé pela autoridade da tradição filosófica.
B
A modernidade reproduz aapresentação hierárquica, ordenada e simbólica própria ao pensamento teocêntrico, lançando-se na disputa entre nominalismo e realismo.
C
Analogamente às artes, a filosofia se vê dispensada de atenção às proporções e leis do mundo objetivo, porque o relevante é a centralidade do indivíduo.
D
Hierarquia e ordem previamente dadas se enfraquecem, à medida que surge a perspectiva do indivíduo instaurado no mundo, e este com seus processos e leis por descobrir e fixar
E
A racionalidade medieval e seu apego aos objetos tem continuidade, no início da modernidade, porém, como atenção aos símbolos da natureza e às proporções entre estes.